sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Unesp inaugura o maior sistema de processamento em rede da América Latina

25/09/2009 - 09h18

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RAFAEL GARCIA
da Folha de S.Paulo
A Unesp (Universidade Estadual Paulista) põe em operação a partir de hoje o maior conjunto de computadores usados para processamento em grupo na América Latina.
Com "clusters" (aglomerados) de máquinas espalhados em São Paulo, Botucatu, Araraquara, Bauru, São José do Rio Preto e Ilha Solteira, cientistas paulistas terão acesso agora a um sistema que na prática opera como se fosse um único supercomputador.
Rafael Hupsel/Folha Imagem
Engenheiro Gabriel Araujo Von Winckler ao lado de computadores que integram novo sistema do Instituto de Física Teórica da Unesp
Engenheiro Gabriel Araujo Von Winckler ao lado de computadores que integram novo sistema do Instituto de Física Teórica da Unesp
O poder de processamento do sistema é de 33,3 Teraflops: 33,3 trilhões de cálculos por segundo. "É o equivalente a 10 mil computadores domésticos padrão, com processador Pentium 4", diz Sérgio Novaes, professor do IFT (Instituto de Física Teórica) que coordena o projeto.
Batizado de GridUnesp, o sistema opera em esquema de "grid", que distribui as tarefas de cálculo entra as várias máquinas de acordo com o grau de ociosidade de cada uma delas.
Para descrever a capacidade de armazenamento do sistema, Novaes recorre a outra metáfora. "É igual a uma pilha de DVDs com a altura de um prédio de 18 andares."
A motivação do projeto, explica o professor, foi o aumento da demanda de áreas de pesquisa que requerem grande poder computacional. A Unesp já tem 14 projetos qualificados para usar a super-rede de processamento, indo da biologia de proteínas à física de partículas, passando pela meteorologia.
João Baptista Aparecido, especialista em mecânica de fluidos da Faculdade de Engenharia da Unesp de Ilha Solteira, é um dos cientistas que vai se beneficiar do novo "grid". A rede permitirá seu grupo de pesquisa atacar assuntos mais complexos e obter resultados mais rápido. "Alguns problemas requerem processamento de até 30 dias, e isso pode ser reduzido para três dias", afirma.
O controle do GridUnesp fica no novo prédio do IFT, na Barra Funda, onde está o maior dos sete "clusters". As unidades estão ligadas via fibra óptica em duas conexões de 10 Gbps. "É 5.000 vezes mais rápido que uma banda larga doméstica", diz Novaes.
O custo do projeto --que também será interligado a um "grid" dos Estados Unidos-- foi de R$ 8 milhões, divididos entre a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia) e a Unesp.

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