A obsolescência programada é uma prática denunciada há anos que atinge dispositivos eletrônicas de diversos nichos. Grandes fabricantes de produtos, como Apple, Google e Samsung, já negaram a prática. Contudo, o presidente da Fundação Energia e Inovação Sustentável Sem Obscolescência Programada (Feniss), Benito Muros, afirmou que um smartphone poderia ter uma vida útil de 12 a 15 anos se não fosse a pré-programação realizada para “matar” os aparelhos após pouco tempo de uso.
Samsung e Apple receberam multas na Itália por limitarem de forma deliberada a vida útil de seus produtos
Em entrevista para o El País, Muros afirmou que “no momento, absolutamente todos os fabricantes de telefones celulares adotam essa prática. Quando o celular fica mais lento ou certos aplicativos não funcionam, o usuário já começa a pensar que é normal (...) Se a obsolescência programada não existisse, um telefone celular teria uma vida útil de 12 a 15 anos”.
Muros ainda nota que, hoje, a vida útil de um aparelho é de dois anos até ele ficar mais lento ou certos aplicativos não funcionarem. Para consertar problemas de hardware, o reparo ainda pode custar 40% do preço de um novo — vale notar que muitos reparos praticamente custam o preço de um aparelho novo.
Em outubro deste ano, Samsung e Apple receberam multas na Itália por limitarem de forma deliberada a vida útil de seus produtos. A decisão veio após investigação iniciada no início do ano e é uma das primeiras no mundo a condenar a dupla por obsolescência programada para forçar seus usuários a trocarem aparelhos antigos por modelos mais recentes.
Dois anos de uso não deveria ser um limite para o usuário
"As empresas do grupo Apple e do grupo Samsung aplicaram práticas comerciais desonestas", informa em comunicado a agência regulamentadora do mercado de telecomunicações no país europeu. A Apple recebeu uma multa de €10 milhões, enquanto a Samsung terá que desembolsar €5 milhões para quitar os débitos com as autoridades italianas. Segundo a agência, atualizações de software aplicadas pelas duas companhias resultaram em “graves disfunções e reduziram de maneira significativa seu desempenho, acelerando assim sua substituição". De forma específica, as autoridades citam atualização do Android no Galaxy Note 4 e do iOS no iPhone 6. Ambos os casos, afirmam, resultaram em lentidão dos aparelhos.
Claro que 12 anos com um smartphone, por mais que não exista obsolescência programada, vai impedir que o usuário consiga utilizar o aparelho de maneira decente. Mesmo assim, dois anos de uso não deveria ser um limite para o usuário.

fonte: https://m.tecmundo.com.br/amp/dispositivos-moveis/136275-celulares-usados-12-anos-nao-tivessem-vida-encurtada.htm

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Smartphones poderiam durar até 15 anos se não fosse a obsolescência programada


Se você comprou um smartphone assim que lançado há dois anos, há boas chances de o aparelho já estar apresentando queda de performance e problemas de funcionamento com alguns softwares e, ainda, em breve ele já não terá mais seu sistema operacional atualizado para versões mais modernas. E caso você recorra à assistência técnica em busca de reparos para que o dispositivo volte à potência original, a maior probabilidade é que o conserto chegue a custar 40% do valor de um smartphone novinho em folha — o que acaba, em muitos casos, não valendo a pena.
E nós nos acostumamos a pensar que isso é normal — afinal, os avanços tecnológicos não param. Mas o decaimento do desempenho, nesses casos, não se dá por limitações naturais do aparelho, mas sim devido à obsolescência programada, uma técnica utilizada por todas as fabricantes de smartphones da atualidade que faz com que os aparelho se tornem disfuncionais num período médio de dois anos, forçando a compra de produtos mais recentes.
Segundo Benito Muros, presidente da Fundação Energia e Inovação Sustentável Sem Obsolescência Programada (Feniss), "se a obsolescência programada não existisse, um telefone celular teria uma vida útil de 12 a 15 anos".


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Há 15 anos, o BlackBerry 6230 era seu sonho de consumo (imagem: Divulgação / BlackBerry)
Embora poucos países tenham legislações específicas para barrar a prática da obsolescência programada, já existe histórico de medidas legais contra as fabricantes que adotam a técnica de alavancar vendas: há duas semanas, a Autoridade Garantidora da Concorrência e do Mercado da Itália (AGCM, na sigla em italiano) multou a Samsung em € 5 milhões e a Apple em € 10 milhões, ambas acusadas por "práticas comerciais desleais" que causaram "avarias graves [nos dispositivos] e reduziram significativamente seu funcionamento, acelerando assim a sua substituição por produtos mais novos".
A sanção, entretanto, não significa muito aos cofres das empresas: "A Apple ganhou 16,04 bilhões de euros (70 bilhões de reais) somente no quarto trimestre de 2014, o ano em que saiu o iPhone 6, que é o dispositivo sobre o qual se impôs a multa", explica Enrique Martínez Pretel, membro do Conselho Geral de Associações de Engenharia de Informática da Espanha. Ele afirma que a Comissão Europeia determinou que, até 2020, todas as empresas que desejarem vender seus produtos no velho continente deverão trazer informações sobre a durabilidade dos produtos eletrônicos.
Não apenas os bolsos dos consumidores sofrem com a obsolescência programada, mas também a saúde ecológica. O Ministério da Transição Ecológica da Espanha expôs a preocupação com a questão ambiental, defendendo que a prática leva ao "aumento do volume de resíduos gerados e no aumento no ritmo da produção desses resíduos". Segundo Muros, "todos os anos geramos 30 bilhões de toneladas de lixo eletrônico. Não podemos continuar consumindo como fazemos porque daqui a 20 anos não haverá matérias-primas e vamos nos afogar em nosso próprio lixo", conclui o presidente da Feniss.
Fonte: El País
 fonte BR: https://canaltech.com.br/smartphone/smartphones-poderiam-durar-ate-15-anos-se-nao-fosse-a-obsolescencia-programada-127117/