Celulares poderiam ser usados por 12 anos, se não tivessem a vida encurtada
Samsung e Apple receberam multas na Itália por limitarem de forma deliberada a vida útil de seus produtos
Muros ainda nota que, hoje, a vida útil de um aparelho é de dois anos até ele ficar mais lento ou certos aplicativos não funcionarem. Para consertar problemas de hardware, o reparo ainda pode custar 40% do preço de um novo — vale notar que muitos reparos praticamente custam o preço de um aparelho novo.
Em outubro deste ano, Samsung e Apple receberam multas na Itália por limitarem de forma deliberada a vida útil de seus produtos. A decisão veio após investigação iniciada no início do ano e é uma das primeiras no mundo a condenar a dupla por obsolescência programada para forçar seus usuários a trocarem aparelhos antigos por modelos mais recentes.
Dois anos de uso não deveria ser um limite para o usuário
"As empresas do grupo Apple e do grupo Samsung aplicaram práticas
comerciais desonestas", informa em comunicado a agência regulamentadora
do mercado de telecomunicações no país europeu. A Apple recebeu uma
multa de €10 milhões, enquanto a Samsung terá que desembolsar €5 milhões
para quitar os débitos com as autoridades italianas. Segundo a agência,
atualizações de software aplicadas pelas duas companhias resultaram em
“graves disfunções e reduziram de maneira significativa seu desempenho,
acelerando assim sua substituição". De forma específica, as autoridades
citam atualização do Android no Galaxy Note 4 e do iOS no iPhone 6.
Ambos os casos, afirmam, resultaram em lentidão dos aparelhos.Claro que 12 anos com um smartphone, por mais que não exista obsolescência programada, vai impedir que o usuário consiga utilizar o aparelho de maneira decente. Mesmo assim, dois anos de uso não deveria ser um limite para o usuário.
fonte: https://m.tecmundo.com.br/amp/dispositivos-moveis/136275-celulares-usados-12-anos-nao-tivessem-vida-encurtada.htm
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Smartphones poderiam durar até 15 anos se não fosse a obsolescência programada
E nós nos acostumamos a pensar que isso é normal — afinal, os avanços tecnológicos não param. Mas o decaimento do desempenho, nesses casos, não se dá por limitações naturais do aparelho, mas sim devido à obsolescência programada, uma técnica utilizada por todas as fabricantes de smartphones da atualidade que faz com que os aparelho se tornem disfuncionais num período médio de dois anos, forçando a compra de produtos mais recentes.
Segundo Benito Muros, presidente da Fundação Energia e Inovação Sustentável Sem Obsolescência Programada (Feniss), "se a obsolescência programada não existisse, um telefone celular teria uma vida útil de 12 a 15 anos".
A sanção, entretanto, não significa muito aos cofres das empresas: "A Apple ganhou 16,04 bilhões de euros (70 bilhões de reais) somente no quarto trimestre de 2014, o ano em que saiu o iPhone 6, que é o dispositivo sobre o qual se impôs a multa", explica Enrique Martínez Pretel, membro do Conselho Geral de Associações de Engenharia de Informática da Espanha. Ele afirma que a Comissão Europeia determinou que, até 2020, todas as empresas que desejarem vender seus produtos no velho continente deverão trazer informações sobre a durabilidade dos produtos eletrônicos.
Não apenas os bolsos dos consumidores sofrem com a obsolescência programada, mas também a saúde ecológica. O Ministério da Transição Ecológica da Espanha expôs a preocupação com a questão ambiental, defendendo que a prática leva ao "aumento do volume de resíduos gerados e no aumento no ritmo da produção desses resíduos". Segundo Muros, "todos os anos geramos 30 bilhões de toneladas de lixo eletrônico. Não podemos continuar consumindo como fazemos porque daqui a 20 anos não haverá matérias-primas e vamos nos afogar em nosso próprio lixo", conclui o presidente da Feniss.
Fonte: El País
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