Cloud computing: entenda este novo modelo de computação
(http://idgnow.uol.com.br/computacao_corporativa/2008/08/13/cloud-computing-entenda-este-novo-modelo-de-computacao)
Por Daniela Moreira, editora assistente do IDG Now!
Publicada em 14 de agosto de 2008 às 07h15
Atualizada em 13 de fevereiro de 2010 às 14h24
São Paulo - Saiba o que significa a expressão do momento em tecnologia e entenda os benefícios que ela trará a fornecedores e usuários.
Cloud computing é a expressão do momento em tecnologia. Nomes de peso como Amazon, AT&T, Dell, HP, IBM, Intel, Microsoft e Yahoo já anunciaram planos e investimentos na área e o Gartner acaba de liberar um relatório que aponta o cloud computing como uma das três mais importantes tendências emergentes nos próximo três a cinco anos.
Mas se há um consenso de que esta é a hora do cloud computing, não é possível dizer que haja uma idéia definida comum do que realmente é a chamada computação em nuvem. As opiniões são variadas e um bom exemplo de que o conceito ainda está nublado é o divertido vídeo da fornecedora Joyent, que mostra personalidades notórias como o visionário da web 2.0, Tim O'Reilly, o editor-chefe da CNet, Dan Farber, e o co-fundador do Wodpress, Matt Mullenweg, dando visões bastante distintas sobre o tema.
Leia também:> Conceito de cloud computing ganha adeptops
> Cloud computing: prepare-se para nova onda
> Nicholas Carr: sem cloud empresa fica obsoleta
Juntando tudo, cloud computing pode ser definido como um modelo no qual a computação (processamento, armazenamento e softwares) está em algum lugar da rede e é acessada remotamente, via internet.
“O que realmente significa é que alguém vai assumir a responsabilidade de entregar algumas funções de TI como serviços para alguns clientes e eles não precisam saber como funciona, eles simplesmente usarão”, esclarece Daryl C. Plummer, vice-presidente do Gartner, em um podcast da empresa de análise.
A nuvem em funcionamento
Pode parecer abstrato, mas alguns serviços que usamos no dia-a-dia ajudam a exemplificar o que significa este modelo. O e-mail é um deles. No modelo tradicional de computação, suas mensagens ficam salvas no software de e-mail, dentro do seu computador.
Em contrapartida, com os e-mails baseados em web (Hotmail, Gmail, Yahoo Mail ou qualquer outro da sua preferência), você pode acessar sua conta com todas as suas mensagens - armazenada em um servidor alheio -, a qualquer hora, de qualquer lugar, por meio da internet.
Aplicativos de edição de texto, planilhas, apresentação, edição de imagem e até softwares de gestão de relacionamento com clientes (como o CRM online da Salesforce.com) também estão migrando para este modelo.
E não são apenas os softwares que podem ser acessados remotamente pela nuvem. Os recursos de hardware - como processamento e armazenamento também (hoje já é comum guardarmos arquivos, e-mails, fotos, vídeos em servidores de terceiros e acessá-los remotamente pela web).
As vantagens do modelo
Todas estas tecnologias que vêm emergindo e amadurecendo foram empacotadas no conceito que levou o nome de cloud computing. “Em alguns anos não vamos chamar isso de cloud computing. Não terá nome. Será simplesmente computação”, defende Luis Sena, gerente de marketing de serviços da HP Brasil.
O entusiasmo com o cloud computing e os esforços de companhias do porte das citadas no início desta matéria se devem às inúmeras vantagens que ele pode oferecer tanto aos fornecedores de tecnologia quanto aos usuários.
Em primeiro lugar, este é um modelo que prevê um melhor aproveitamento dos investimentos em hardware. Um dos pilares do cloud computing é a consolidação dos recursos de hardware para que eles possam ser aproveitados ao máximo e gerenciados de forma inteligente, proporcionando economia de custos.
“O mais relevante é que estamos falando de uma escala que não é mais local, mas sim global. O Google tem dezenas de data centers espalhados pelo mundo. Todos prestam serviços não a um país, mas a diversos, atendendo milhões de usuários”, define José Nilo Martins, gerente sênior de Google Enterprise para o Brasil.
A rede de varejo Amazon.com foi uma das pioneiras em entender e aplicar isto a seu favor. Para suportar a demanda das datas de pico em vendas - como o Natal - a loja online teve que investir em um poderoso parque de hardware. No entanto, fora das datas críticas, grande parte dos recursos ficava ociosa.
Desde 2002, a companhia vem experimentando com o “aluguel” desta capacidade. Em 2006, a empresa lançou dois serviços abertos ao público que a colocaram à frente na corrida do cloud computing: o Simple Storage Solution (S3), que permite ao usuário comprar espaço para armazenar arquivos online; e o Elastic Compute Cloud (EC2), que permite utilizar máquinas virtuais completas.
Os serviços não são apenas uma saída para o problema da Amazon, mas também uma oportunidade para as empresas começarem um negócio sem ter de investir na compra de equipamentos e com a flexibilidade de aumentar os recursos conforme for necessário.
Este exemplo revela outra vantagem do cloud computing: a flexibilidade. Se você precisa de mais processamento, você pode fazer um upgrade imediato de capacidade, sem precisar trocar componentes ou até equipamentos inteiros para isto. O mesmo vale para armazenamento ou até mesmo upgrades de software.
Se antes, para atualizar um software o administrador tinha que reinstalar todo o produto na máquina de cada usuário, neste modelo os aplicativos podem ser constantemente aperfeiçoados sem impactos para os usuários, uma vez que estão hospedadas em um único ponto central. Quantas vezes o Google já introduziu melhorias no Gmail, por exemplo, sem afetar a rotina dos seus milhões de usuários?
Outra vantagem deste novo modelo computacional é que ele não exige mais equipamentos potentes na ponta para acessar as aplicações. Como a parte mais pesada do processamento fica na nuvem, o usuário final só precisa de um browser e uma boa conexão à internet. “Com o cloud computing, qualquer um pode ter um supercomputador em casa”, afirma Fábio Boucinhas, diretor de produtos do Yahoo Brasil.
Desafios no ar
As empresas envolvidas na promoção do cloud computing têm, contudo, alguns desafios, entre eles segurança e confiabilidade. Para que o usuário confie grande parte de seus sistemas e arquivos a um terceiro, ele terá de garantir que os dados estejam devidamente protegidos e 100% disponíveis.
Isso é ainda mais crítico quando se trata de informações empresariais altamente sensíveis, como processamento de dados financeiros. “Isso terá de ser regulado para garantir que será feito da forma certa”, alerta Plummer, do Gartner.
A forma como esses serviços serão cobrados também é outra questão importante. Fornecedores que tiveram sucesso vendendo caixas - seja de software ou de hardware - terão que migrar para o modelo de venda de serviços. “Os custos para os usuários finais serão menores”, assegura Otávio Pecego, gerente do grupo de arquitetura da Microsoft Brasil.
Para endereçar questões como esta, três grandes nomes da indústria de tecnologia - Intel, HP e Yahoo - formaram uma aliança. “Hoje as questões de segurança e confiabilidade são inibidores do modelo. A idéia é identificar como atender esses requerimentos e criar padrões”, explica Sena, da HP.
O ritmo de adoção do cloud computing será definido pela velocidade com que estas questões serão endereçadas. “Quando isso acontecer - e vai acontecer - o fenômeno vai estar em pleno efeito”, prevê Plummer.
Mas se há um consenso de que esta é a hora do cloud computing, não é possível dizer que haja uma idéia definida comum do que realmente é a chamada computação em nuvem. As opiniões são variadas e um bom exemplo de que o conceito ainda está nublado é o divertido vídeo da fornecedora Joyent, que mostra personalidades notórias como o visionário da web 2.0, Tim O'Reilly, o editor-chefe da CNet, Dan Farber, e o co-fundador do Wodpress, Matt Mullenweg, dando visões bastante distintas sobre o tema.
Leia também:> Conceito de cloud computing ganha adeptops
> Cloud computing: prepare-se para nova onda
> Nicholas Carr: sem cloud empresa fica obsoleta
Juntando tudo, cloud computing pode ser definido como um modelo no qual a computação (processamento, armazenamento e softwares) está em algum lugar da rede e é acessada remotamente, via internet.
“O que realmente significa é que alguém vai assumir a responsabilidade de entregar algumas funções de TI como serviços para alguns clientes e eles não precisam saber como funciona, eles simplesmente usarão”, esclarece Daryl C. Plummer, vice-presidente do Gartner, em um podcast da empresa de análise.
A nuvem em funcionamento
Pode parecer abstrato, mas alguns serviços que usamos no dia-a-dia ajudam a exemplificar o que significa este modelo. O e-mail é um deles. No modelo tradicional de computação, suas mensagens ficam salvas no software de e-mail, dentro do seu computador.
Em contrapartida, com os e-mails baseados em web (Hotmail, Gmail, Yahoo Mail ou qualquer outro da sua preferência), você pode acessar sua conta com todas as suas mensagens - armazenada em um servidor alheio -, a qualquer hora, de qualquer lugar, por meio da internet.
Aplicativos de edição de texto, planilhas, apresentação, edição de imagem e até softwares de gestão de relacionamento com clientes (como o CRM online da Salesforce.com) também estão migrando para este modelo.
E não são apenas os softwares que podem ser acessados remotamente pela nuvem. Os recursos de hardware - como processamento e armazenamento também (hoje já é comum guardarmos arquivos, e-mails, fotos, vídeos em servidores de terceiros e acessá-los remotamente pela web).
As vantagens do modelo
Todas estas tecnologias que vêm emergindo e amadurecendo foram empacotadas no conceito que levou o nome de cloud computing. “Em alguns anos não vamos chamar isso de cloud computing. Não terá nome. Será simplesmente computação”, defende Luis Sena, gerente de marketing de serviços da HP Brasil.
O entusiasmo com o cloud computing e os esforços de companhias do porte das citadas no início desta matéria se devem às inúmeras vantagens que ele pode oferecer tanto aos fornecedores de tecnologia quanto aos usuários.
Em primeiro lugar, este é um modelo que prevê um melhor aproveitamento dos investimentos em hardware. Um dos pilares do cloud computing é a consolidação dos recursos de hardware para que eles possam ser aproveitados ao máximo e gerenciados de forma inteligente, proporcionando economia de custos.
“O mais relevante é que estamos falando de uma escala que não é mais local, mas sim global. O Google tem dezenas de data centers espalhados pelo mundo. Todos prestam serviços não a um país, mas a diversos, atendendo milhões de usuários”, define José Nilo Martins, gerente sênior de Google Enterprise para o Brasil.
A rede de varejo Amazon.com foi uma das pioneiras em entender e aplicar isto a seu favor. Para suportar a demanda das datas de pico em vendas - como o Natal - a loja online teve que investir em um poderoso parque de hardware. No entanto, fora das datas críticas, grande parte dos recursos ficava ociosa.
Desde 2002, a companhia vem experimentando com o “aluguel” desta capacidade. Em 2006, a empresa lançou dois serviços abertos ao público que a colocaram à frente na corrida do cloud computing: o Simple Storage Solution (S3), que permite ao usuário comprar espaço para armazenar arquivos online; e o Elastic Compute Cloud (EC2), que permite utilizar máquinas virtuais completas.
Os serviços não são apenas uma saída para o problema da Amazon, mas também uma oportunidade para as empresas começarem um negócio sem ter de investir na compra de equipamentos e com a flexibilidade de aumentar os recursos conforme for necessário.
Este exemplo revela outra vantagem do cloud computing: a flexibilidade. Se você precisa de mais processamento, você pode fazer um upgrade imediato de capacidade, sem precisar trocar componentes ou até equipamentos inteiros para isto. O mesmo vale para armazenamento ou até mesmo upgrades de software.
Se antes, para atualizar um software o administrador tinha que reinstalar todo o produto na máquina de cada usuário, neste modelo os aplicativos podem ser constantemente aperfeiçoados sem impactos para os usuários, uma vez que estão hospedadas em um único ponto central. Quantas vezes o Google já introduziu melhorias no Gmail, por exemplo, sem afetar a rotina dos seus milhões de usuários?
Outra vantagem deste novo modelo computacional é que ele não exige mais equipamentos potentes na ponta para acessar as aplicações. Como a parte mais pesada do processamento fica na nuvem, o usuário final só precisa de um browser e uma boa conexão à internet. “Com o cloud computing, qualquer um pode ter um supercomputador em casa”, afirma Fábio Boucinhas, diretor de produtos do Yahoo Brasil.
Desafios no ar
As empresas envolvidas na promoção do cloud computing têm, contudo, alguns desafios, entre eles segurança e confiabilidade. Para que o usuário confie grande parte de seus sistemas e arquivos a um terceiro, ele terá de garantir que os dados estejam devidamente protegidos e 100% disponíveis.
Isso é ainda mais crítico quando se trata de informações empresariais altamente sensíveis, como processamento de dados financeiros. “Isso terá de ser regulado para garantir que será feito da forma certa”, alerta Plummer, do Gartner.
A forma como esses serviços serão cobrados também é outra questão importante. Fornecedores que tiveram sucesso vendendo caixas - seja de software ou de hardware - terão que migrar para o modelo de venda de serviços. “Os custos para os usuários finais serão menores”, assegura Otávio Pecego, gerente do grupo de arquitetura da Microsoft Brasil.
Para endereçar questões como esta, três grandes nomes da indústria de tecnologia - Intel, HP e Yahoo - formaram uma aliança. “Hoje as questões de segurança e confiabilidade são inibidores do modelo. A idéia é identificar como atender esses requerimentos e criar padrões”, explica Sena, da HP.
O ritmo de adoção do cloud computing será definido pela velocidade com que estas questões serão endereçadas. “Quando isso acontecer - e vai acontecer - o fenômeno vai estar em pleno efeito”, prevê Plummer.
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