DWDM
Com a rápida ocupação das redes ópticas existentes, a solução DWDM está conquistando espaço no mercado. O motivo é a possibilidade de multiplicar por até 200 vezes a capacidade de transmissão de cada par de fibra mantendo a infraestrutura instalada. O investimento deve chegar cada vez mais perto do usuário final e não ficar somente nos backbones de agregação.
Edição: RTI Abril 2017 - Ano XVIII - No 203
Plataforma LightPad compacto de 4U, da Padtec: modelo
Com o crescimento da demanda por maiores
capacidades de tráfego, as empresas estão buscando formas de otimizar
suas redes ópticas. Uma solução que começa a ganhar espaço cada vez
maior é a DWDM - multiplexação por divisão densa de comprimentos de
onda, do inglês Dense Wavelength Division Multiplexing, tecnologia que permite a transmissão de vários feixes de luz em comprimentos de onda diferentes sobre uma mesma fibra.
Embora a tecnologia já exista desde os anos 1990, agora ela
começa a se popularizar. A necessidade de ampliação da capacidade das
redes existentes, somada à expansão das redes FTTH – Fiber to the Home
dos provedores de Internet, criou um cenário propício para o mercado
DWDM. “A evolução da eletrônica salvou a exaustão da fibra”, resume Manuel Andrade, CEO da Padtec, empresa totalmente nacional especializada em comunicações ópticas, com sede e fábrica em Campinas, SP. Além das grandes operadoras, os provedores de Internet e de serviços over-the- top (OTTs), os centros estaduais de processamento de dados e as concessionárias de energia elétrica com redes OPGW também contribuíram para o aumento da demanda. “Até 2014, esse grupo de empresas estava em quarto lugar na nossa ghtPadquarto lugar na nossa compacto lista de clientes. Em 2016, passou para o primeiro lugar”, diz o executivo. Atualmente, cerca de 70 clientes ativos fazem parte desse grupo, que respondeu por 50% do faturamento de R$ 334 milhões da Padtec em 2016. O volume de vendas foi 10% maior do que o de 2015. Apesar do ano difícil para a economia brasileira, a empresa teve um resultado positivo, saiu do endividamento e fechou com lucro líquido de R$ 3 milhões.
As perspectivas para o futuro são ainda melhores. “Cerca de 90% do que está no campo pode transmitir mais do que sua capacidade atual”, diz. Com o rápido aumento do consumo de banda larga, da ordem de 10% a 12% ao ano, segundo a Akamai, a única alternativa rápida e viável será a fibra óptica e sua repotenciação. “Já existem clientes finais, como empresas e bancos, que pedem 10 Gbit/s para suas operadoras”, diz.
O DWDM também pode trazer benefícios econômicos para os provedores que compram capacidade de backbone e ficam na dependência técnica e financeira do fornecedor a cada aumento de capacidade. Uma opção bem mais econômica, segundo o CEO da Padtec, é alugar uma fibra apagada e o próprio provedor iluminá-la com o sistema DWDM, que permitirá o uso de sua capacidade ao máximo sem aumentos incrementais de custo ao longo do tempo. “Um dia ele para de pagar o produto, tem a posse do equipamento e pode continuar crescendo sem depender do provedor de link”, diz.
A plataforma LightPad da Padtec é disponível em três tamanhos: 14U, 4U e 2U. A capacidade pode ser expandida sem interrupção de tráfego, para até 200 canais de 10, 40 e 100 Gbit/s, agregando até 20 Tbit/s em um único par de fibra. Os modelos mais compactos foram desenvolvidos exatamente para atender ao mercado de provedores e operações menores, para uso em nós de média capacidade. Ocupam pouco espaço e consomem menos energia.
É o caso da Acessoline, de Santa Catarina, que adquiriu a nova geração de produtos compactos de 4U da Padtec. O fornecimento inclui transponders e amplificadores ópticos, que vão iluminar uma nova rota de 210 quilômetros, com terminações na capital Florianópolis e nos municípios de Tubarão e Criciúma.
Plataforma DWDM da Furukawa: até 40 canais de 10 Gbit/s
Um outro cliente é a Vogel Telecom, que está aumentando a taxa de transmissão de sua infraestrutura óptica com a instalação de equipamentos DWDM compactos em Minas Gerais. No total, são 560 quilômetros de redes ópticas, com terminações na capital Belo Horizonte e em municípios como Sete Lagoas, Curvelo, Bocaiúva e Montes Claros. A provedora, que opera uma extensa rede com mais de 20 mil quilômetros de fibras ópticas em 13 estados e no Distrito Federal, está investindo em ampliações de redes ópticas no Brasil – como essa que interliga Belo Horizonte e Montes Claros, com o objetivo de expandir o backbone óptico de alta velocidade. Em 2016, a Vogel assumiu as operações da Telbrax, de Minas Gerais. Além disso, o objetivo é construir mais de 3 mil quilômetros de redes ópticas no Brasil em 2017.
A Padtec prevê cerca de 45 dias a seis meses para implantar um sistema DWDM. O braço de serviços da empresa, hoje com mais de 40 pontos de presença no Brasil, atua na implantação, operação e manutenção de sistemas e no gerenciamento de redes. Segundo o CEO, sistemas de transmissão óptica exigem alta tecnologia e poucas empresas no mundo, cerca de 10, fornecem soluções DWDM completas. “Os produtos são carrier class”, diz. Apesar da complexidade, a Padtec faz tudo localmente, do desenvolvimento à fabricação e suporte. “Temos PPB – Processo Produtivo Básico para 100% do produto e trabalhamos com linha de crédito Finame/BNDES”, diz. Com 15 anos de existência, a Padtec tem como acionistas o CPqD, a Ideiasnet e a BNDESpar.
Solução compacta
Princípio de funcionanento de sistemas DWDM
Fabricados na planta industrial de Santa Rita do Sapucaí, MG, os sistemas DWDM da Furukawa são capazes de transportar até 40 canais de 10 Gbit/s na banda C (~1530 a 1565 nm) (400 Gbit/s de capacidade máxima total). Além disso, a Furukawa possui uma linha compacta de 6U com até 10 canais de 10 Gbit/s (até 100 Gbit/s) para atender provedores de Internet e empresas. “As soluções são escaláveis e competitivas”, diz Abel Gripp, gerente de desenvolvimento de produtos da Furukawa. A solução pode ser adquirida pelo cartão BNDES e, em breve, via linha de crédito Finame.
“Atualmente já é comprovado e definitivamente utilizado o sistema WDM para o backbone das redes de telecomunicações. A Furukawa mostra que é possível utilizar esta tecnologia com soluções compactas e otimizadas para atender a demandas de agregação óptica para o acesso”, diz Gripp.
Os produtos que fazem parte da plataforma são desenvolvidos e fabricados pela Furukawa, como os amplificadores ópticos, usados em redes de maior distância ou com maiores atenuações; os transponders para a conversão do sinal óptico em sinais do grid WDM, em até 10 Gbit/s; os equipamentos para multiplexação, demultiplexação e add and drop dos sinais ópticos WDM; os transponders que fazem a conversão de um sinal óptico em sinais do grid WDM, em 10 Gbit/s; e os compensadores de dispersão para aplicações em redes CWDM e DWDM.
A Furukawa oferece o suporte fim a fim ao cliente, do projeto pré-compra à instalação e manutenção do sistema. “A tecnologia demanda grande conhecimento técnico para os projetos”, diz Gripp. Segundo ele, as grandes operadoras já conhecem e utilizam o produto, mas agora os provedores de Internet estão buscando informações, pois começam a ultrapassar a barreira dos 10 Gbit/s por link.
Uma prova da crescente demanda por sistemas DWDM está na Digitel, empresa da região metropolitana de Porto Alegre, RS, que desenvolve e produz uma ampla linha de produtos para comunicação de dados, voz e imagem, como rádios digitais, modems PDH e sistemas DWDM. Fundada em 1978, a empresa lançou em 2010 a linha Prisma, uma plataforma DWDM com arquitetura modular, com crescente participação no faturamento da companhia. Entre os principais clientes estão os provedores regionais e SCMs. “Possuímos atualmente fornecimento nos maiores provedores regionais do Brasil e em algumas operadoras de grande porte”, diz Luís Carlos Flores, gerente de produto da Digitel.
O sistema é compacto, gerenciável e de simples instalação. A linha conta com módulos transponders de 10G e dual 20G, Muxponders, Mux/Demux de 8 a 40 canais (DWDM), amplificadores EDFA, Raman, filtros OADM, módulos de proteção óptica, módulo de supervisão e gerência. Os equipamentos contam com fonte de alimentação redundante e todos os módulos operam hot-swap, garantindo assim maior confiabilidade, possui capacidade de transporte de 360G em apenas 8RU ou 140G em 2RU. Totalmente nacional, a linha pode ser adquirida por cartão Finame e BNDES.
Prisma N818, da Digitel: até 360 Gbit/s em apenas 8U
Segundo ele, os engenheiros da empresa podem ainda oferecer apoio direto aos clientes, como em projetos específicos associados a operadores e provedores com FTTH. Entre seus produtos estão os módulos de 100 e 200 G de 4 e 8 canais com operação em ampla faixa de frequências, baixa perda de inserção, alto isolamento de canal e estabilidade ambiental.
Principais produtos de sistemas DWDM
- Transponders: São os produtos responsáveis em “criar um canal de dados” de luz. Normalmente, são os produtos com a maior tecnologia do sistema e os mais caros.
- Amplificadores ópticos: São responsáveis em “aumentar” a quantidade de luz em cada canal. São fabricados vários tipos de amplificadores, para serem utilizados em pontos diferentes de um sistema DWDM: na transmissão (booster), no meio do sistema (linha) e na recepção do sistema (pré-amplificador EDFA ou de Raman).
- Mux e Demux: São os multiplexadores e demultiplexadores ópticos. Responsáveis por juntar todos os canais de luz (Mux) e separá-los (Demux). São vendidos sempre aos pares.
- Chave óptica: Criada inicialmente para realizar a proteção de cabos de fibras ópticas (rede externa da rua) de um sistema DWDM. Também pode ser utilizada para realizar a proteção de transponders.
- OADM – Optical Add and Drop Multiplexer: São os multiplexadores e demultiplexadores ópticos de baixa capacidade de canais de luz e são fabricados para serem instalados em cidades pequenas de um sistema DWDM.
0 comentários:
Postar um comentário